“Ora, a primeira aliança tinha regras para a adoração e também um santuário terreno. Foi levantado um tabernáculo; na parte da frente, chamado Lugar Santo, estavam o candelabro, a mesa e os pães da Presença. Por trás do segundo véu havia a parte chamada Lugar Santíssimo, onde se encontravam o altar de ouro para o incenso e a arca da aliança, totalmente revestida de ouro. Nessa arca estavam o vaso de ouro contendo o maná, a vara de Arão que floresceu e as tábuas da aliança. Acima da arca estavam os querubins da Glória, que com sua sombra cobriam a tampa da arca. A respeito dessas coisas não cabe agora falar detalhadamente. Estando tudo assim preparado, os sacerdotes estavam regularmente no Lugar Santo do tabernáculo, para exercer o seu ministério. No entanto, somente o sumo sacerdote entrava no Lugar Santíssimo, apenas uma vez por ano, e nunca sem apresentar o sangue do sacrifício, que ele oferecia por si mesmo e pelos pecados que o povo havia cometido por ignorância. Dessa forma, o Espírito Santo estava mostrando que ainda não havia sido manifestado o caminho para o Lugar Santíssimo enquanto permanecia o primeiro tabernáculo. Isso é uma ilustração para os nossos dias, indicando que as ofertas e os sacrifícios oferecidos não podiam dar ao adorador uma consciência perfeitamente limpa. Eram apenas prescrições que tratavam de comida e bebida e de várias cerimônias de purificação com água; essas ordenanças exteriores foram impostas até o tempo da nova ordem. Quando Cristo veio como sumo sacerdote dos benefícios agora presentes, ele adentrou o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito pelo homem, isto é, não pertencente a esta criação. Não por meio de sangue de bodes e novilhos, mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Lugar Santíssimo, de uma vez por todas, e obteve eterna redenção. Ora, se o sangue de bodes e touros e as cinzas de uma novilha espalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santificam, de forma que se tornam exteriormente puros, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, para que sirvamos ao Deus vivo! Por esta razão, Cristo é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira aliança.” (Hebreus 9:1-15).
Ao longo do Antigo Testamento, é possível observar como a comunhão de Deus com seu povo é interrompida continuamente por causa do pecado de Israel. Por conta deste pecado, Deus estabelece um sistema de sacrifícios (Ex 25.40) que, mediante a Sua graça, representava de forma simbólica o arrependimento interior do povo e o perdão de Deus.
Neste sistema de sacrifícios, os sacerdotes iam à primeira sala, chamado de Lugar Santo, continuamente, contudo, somente uma vez ao ano, no Dia da Expiação (Yom Kippur), o sumo sacerdote adentrava-se no Lugar Santíssimo com sangue para oferecer em sacrifício por ele e pelo povo.
Porém, apesar da observância destes preceitos, os sacrifícios que eram continuamente realizados pelo sumo sacerdote, não transformavam o povo, não os levavam ao verdade arrependimento.
Então, “(…) o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14) e foi oferecido em sacrifício pelos nossos pecados. O Cordeiro puro, sem manchas. O Verbo é Jesus, o Cristo, o Messias, que ofereceu a si mesmo para que fossemos salvos e pudéssemos ter comunhão com Deus, mediante Ele.
Sem o derramamento de sangue não há perdão de pecados (Hb 9.22b). Cristo foi dado em sacrifício por nós, ainda quando estávamos sujos no pecado e, assim, por meio deste sacrifício, pela graça do Senhor, temos acesso livre à Deus, mediante o Teu sangue derramado na cruz.
Com isso, já não somos “estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, na qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor. Neles vocês também estão sendo edificados juntos, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito” (Ef 2.19).
DS – Julho/2019